“Tarifaço” dos EUA: o que mudou com o aumento de 50% sobre exportações brasileiras
- Priscila Battistella
- 30 de out.
- 2 min de leitura
Seguindo com a nossa série de textos sobre economia, para o mês de setembro vamos falar sobre exportações e o “Tarifaço” americano. Você já se perguntou sobre como essa medida afeta o seu bolso?

Em 6 de agosto de 2025, entrou em vigor o chamado “tarifaço” dos Estados Unidos, que elevou de 10% para 50% as tarifas sobre determinadas exportações brasileiras. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, atinge cerca de 35,9% das vendas do Brasil ao mercado norte-americano, com destaque para produtos como café, frutas e carnes. Esses setores, nos quais o país possui grande competitividade, passam agora a enfrentar uma barreira significativa que pode alterar de forma profunda a relação comercial entre os dois países.
Para os exportadores brasileiros, o aumento representa um choque imediato. A elevação de 40 pontos percentuais no preço final torna os produtos nacionais menos competitivos frente aos concorrentes internacionais, reduzindo a demanda externa e afetando o faturamento das empresas. Isso pode resultar em menor rentabilidade, retração de investimentos e ajustes na produção, com reflexos também no mercado de trabalho, já que a pressão sobre os lucros pode comprometer a manutenção de empregos, especialmente nos setores mais ligados ao agronegócio.
No Rio Grande do Sul, os efeitos tendem a ser ainda mais visíveis. Com forte presença em pecuária, fruticultura e produtos agroindustrializados, o estado pode enfrentar queda relevante nas exportações para os EUA, obrigando produtores e indústrias a reverem estratégias. Pequenos e médios negócios da cadeia de fornecimento também são afetados, ampliando o risco de demissões e de redução no fluxo econômico local. Além disso, a queda nas exportações diminui a entrada de dólares no país, pressionando o câmbio e elevando o custo de insumos importados, o que acaba gerando impactos adicionais para consumidores e empresas.
No dia a dia da população, os reflexos aparecem em duas frentes principais: no bolso e no emprego. Produtos que dependem de insumos americanos, como máquinas agrícolas, equipamentos industriais e até bens de consumo, podem ficar mais caros, reduzindo o poder de compra das famílias. Ao mesmo tempo, setores exportadores que perderem espaço no mercado externo podem adiar investimentos e enxugar equipes, aumentando a incerteza sobre o futuro do trabalho. Diante de um cenário global que foge ao nosso controle, uma lição permanece clara: não podemos definir as ações externas, mas podemos cuidar das nossas finanças pessoais com atenção redobrada, buscando sempre organização e planejamento para enfrentar momentos de instabilidade.



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